quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

êxtase

Aprendi cedo a nadar, isso me dava uma sensação imensa de liberdade. No começo era tão pouca a água, o córrego das Almas em minha terra natal. Depois, os riscos maiores, ribeirões e o traiçoeiro Rio Tijuco que levou para sua eternidade dois amigos e alguns conhecidos. Com a adolescência, ah essas eram águas muito pequenas! o mergulho exigia agora uma coragem infinita, nadar sem usar os braços, na infinitude da vida. Densidade alguma, proteção zero, garantia nenhuma. Era me largar e voar espaço afora, no mar de minhas dúvidas. Nunca mais saí desse espanto, misto de dor e de êxtase.

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