quinta-feira, 20 de junho de 2013

Vandalismo e vitória nas ruas

Passeatas. Vandalismo revelam esse outro lado da realidade brasileira: uma sociedade desestruturada e a mercê de decisões que mais levam em conta os interesses das corporações do que os desejos da população. Há quanto tempo se fala da miséria na saúde, nos transportes (caos nas ruas e nas estradas), na educação (deus me livre) e até na ética? Fico estarrecido com a falta de cerimônia de um deputado como o Feliciano fazendo aprovar uma coisa tão absurda como esse "cura-gays", um verdadeiro acinte, uma provocação a essas centenas de milhares de pessoas que se manifestam nas ruas exigindo um país melhor, mais justo, mais ético. E vou dizer, se fosse só o Feliciano estaríamos bem. Mas não. Minha geração, com adolescência nos anos 50, acreditou e lutou emocionada pelo projeto de modernização do país, fomos tomados pela esperança, pelo sorriso de Juscelino Kubistchek (JK), pela superação da ideia de um país atrasado, adormecido, jeca. Fomos para a rua contra o golpe de 61 (renúncia enganosa e golpista de Jânio) e fomos para a rua defendendo as reformas de base, inclusive a universitária, já que acreditávamos que a universidade era elitista. Dessa crença nasceu uma nova cultura brasileira, urbana, como a bossa nova, o cinema novo, o teatro novo, mudando a imagem do país. Claro, no meio do caminho tinha uma pedra e essa pedra foi 21 anos de ditadura que arruinou esse processo. O resultado dessa desastrosa intervenção militar é o que vemos hoje: o mundo da política desacreditado, corporativista, herdeiro do oportunismo dos que aderiram à ditadura (e também dos que julgaram que a democratização jogava a nação inerme em seu colo). E e voltado para interesses menores, um país desestruturado onde tudo é promessa e delas vive a política. Um país onde a federação foi jogada no lixo junto com os gastos milionários em idiotices que só interessavam eleitoralmente. O movimento das ruas precisa enriquecer seu ideário, garantir que as idéias de superação continuem a atrair milhares para o movimento. E que ajudem a população a melhores escolhas em 2014.

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