domingo, 18 de agosto de 2013

Fora do eixo: fora da sociedade e dentro do governo

FB 18Ago2013

Fora do Eixo, enquanto grupo de jovens com suas idealizações, criando seus falanstérios, tudo bem. Eu os conheço e, apesar de uma visão crítica, mantenho uma relação aberta com eles. O que aconteceu é que a participação no Roda Viva os expôs demasiado, somando-se à exposição de seu líder ao lado de governantes e políticos da mesma área do governo. Querendo ou não o FDE virou projeto político carimbado, sujeito às intempéries da política brasileira. E sujeito a adesões e recusas, opções que há algum tempo parecem impossíveis de exercer com tranquilidade, tal a radicalização das posições na sociedade. Tudo piora quando exibem a visão anti-profissionais, colocando os artistas como burgueses que só pensam nos cachês e não na arte. Aliás, qual a cultura, a arte, criadas no movimento? Pois parece que a "cultura" criada é apenas a forma de organização comunitária, o que nem todo mundo deseja ( já que, não se tratando de uma revolução, aderir a uma comunidade é, em grande parte, se isolar do mundo real das atividades humanas). As ações do grupo também entram em choque quando pautadas na política cultural e nos incentivos fiscais, onde transitam com aparente facilidade e com uma aritmética estranha, de multiplicação dos meios e criação de moeda própria. Num momento de tamanha politização e radicalizações, uma proposta como essa, que poderia ser apenas um nicho, passa a ser identificada como a proposta oficial. Eu mesmo pergunto se não houve esse desejo, mesmo que ingênuo.

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