sábado, 24 de maio de 2014

Inércia teórica

FB 22 ou 23Maio 2014
Publiquei e depois tirei, achando que estava imaturo ( sei não...):
 "A greve dos motoristas chama nossa atenção para algumas questões importantes. Uma delas é deixar claro que a luta de classes pode não ser a mesma analisada pelos clássicos, mas persiste. E não se dá só aqui, no conforto da internet, entre usuários socialmente muito parecidos. Os trabalhadores ali estão lutando por melhores salários e mais proteção. A greve de agora nos faz lembrar do que é uma greve: incomoda e paralisa a sociedade, daí sua força, gostemos ou não. Terceiro, ver como os governantes se apressam sempre a aplicar as mesmas pechas sobre o movimento: baderneiros, sabotadores, "não deixam a maioria trabalhar" (na presunção de que é o que essa "maioria" queria). Nesse item, parece que o governo se sente traído, já que tudo fez pelos trabalhadores. E quarto, que a selvageria da greve mostra que os sindicatos estão longe de seus representados, - na verdade já não os representam. E isso dificulta negociações. É preciso se perguntar porque essa decadência dos sindicatos. Por último, mais uma vez, vemos que certas leis ( como a proibição de greves no setor público) não funcionam mesmo no Brasil, pois uma lei deve ter por pressuposto que a sociedade está afim de acatá-la. Leis são sempre fracas diante de uma realidade adversa.

FB 24Mai2014

Há uma inércia do pensamento político diante do desejo de mobilização da sociedade. Os fatos estouram em nossa cara e o mais que ficamos é perplexos, sem palavras. É preciso tentar, errar no texto, na fala, ouvir, corrigir. Ficar mudos não! - ou toda essa ânsia de participação se esvairá na falta de projetos e diante da dificuldade dos intelectuais e dos partidos em formularem propostas, oferecer análises menos recuadas, avançando para o que fazer. Mudar o país, como todos nós queremos não pode ser só aqui, na internet. Aqui pode ser um bom espaço para pensar, trocar idéias, provocar um embate sobre coisas mais consistentes do que nossas religiões políticas.


Minha postagem inicial sobre a GREVE estava mesmo imatura, eu queria trabalhar mais. Mas uma coisa eu digo: não é possível ficar impassível diante do que aconteceu, uma greve que há muito não víamos e que parou tudo, deixando um rastro de sofrimento e também de perplexidade dos governantes que já não sabem como lidar com isso.


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