sábado, 28 de fevereiro de 2015

Real e Imaginário

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Madrugada de 28Fev2015


Isso aqui está mais para hospício.
Todo mundo fala e ninguém se entende.
A base do diálogo se descolou da vida e enrolou o rabo numa fantasia babeliana.
E cada um tem suas fantasias próprias, fetiches da falta de saída. Lembra meu filme RUA SEIS SEM NUMERO de 2002, antecipatório. Drama estranho que se passa justamente na passagem para uma cultura predominantemente informatizada, em 2002. Não por acaso o filme se inicia com emblemáticas imagens de máquinas de escrever sendo destruídas. O personagem central, Solano (Marco Ricca), insiste em usar sua maquina de escrever. Perde o emprego. Descontente com a vida, tenta reinventar sua própria vida, sua história. Acaba mergulhado no caos de sua imaginação descolada do real. Pessoas reais se transformam em personagens dessa vida inventada que ele mesmo ja não compreende. E assim, tentando escapar do mundo tecnologicamente virtual, acaba vivendo a representação das consequências dessa passagem para o mundo da irrealidade que substitui a vida cotidiana e real. Eu me identifico muito com esse personagem que frequenta minha vida e minhas dificuldades. O espanto e as armadilhas da imaginação descolada do real, como um abismo (abismo, aliás, que é tema de romance ainda inédito que escrevi em 2014).
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